quarta-feira, 23 de abril de 2008
terça-feira, 15 de abril de 2008
Declaração de Apoio das Brigadas Populares aos Estudantes da UFMG
Declaração de Apoio das Brigadas Populares aos Estudantes da UFMG
Nós, militantes das Brigadas Populares, tornamos público nosso apoio à luta dos estudantes da UFMG, no que tange ao enfrentamento da política repressiva instalada em nossa sociedade e demonstrada de forma bárbara no incidente do dia 03 de abril no IGC. Em uma ação ilegal, a Polícia Militar sitia o debate organizado pelos estudantes e promove espancamentos e uma prisão, sob a alegação de que o espaço de debate realizava apologia às drogas.
As alegações sobre a ilegalidade da ação policial já estão claras, a responsabilidade da reitoria sobre este episódio vem sendo constantemente debatida e, com certeza, guarda raízes no pensamento conservador de segurança pública implantado nesta instituição desde a assinatura do convênio que permite a atuação da PM no Campus da UFMG. Tal medida confronta com os princípios da autonomia de ensino e da liberdade de pensamento dentro das universidades brasileiras, princípios esses que nem mesmo a ditadura militar foi capaz de destruir.
É necessário aproveitar este fato para refletir sobre o contexto social e político em que vivemos e pontuarmos para o diálogo com os estudantes e com a sociedade elementos para a reflexão do sistema de imposição do pensamento único e da repressão às iniciativas dos movimentos sociais.
1- As ações ilegais e violentas da Policia Militar são rotina contra o povo pobre deste país e vêm se agravado nos últimos anos, em decorrência das medidas neoliberais de "segurança pública". Trata-se de uma criminalização da pobreza. Vivemos dias perigosos nas periferias das metrópoles brasileiras, onde uma massa de jovens é assassinada em supostos "confrontos" com as forças policiais. "Vigiar e punir" os pobres é a linha que orienta o aparato repressivo do estado brasileiro. Deste modo, as promessas civilizatórias da democracia liberal e republicana são desmentidas a cada corpo a mais que é encontrado nos becos esquecidos de nossas periferias.
2- A ação fora do devido processo legal é o cotidiano e o modus operandi da PM. Nos processos de despejo sofridos pela população sem-teto de Belo Horizonte fica clara esta afirmação. Nem o comando da PM, nem os governos estadual e municipal, nem o judiciário se importam em ver feridos os princípios constitucionais da dignidade humana e da vida. Preferem, de outra forma, assegurarem aos ricos o "direito" à propriedade, ou melhor, à concentração de propriedades privadas. As ocupações Caracol, João de Barro, I, II e III demonstraram com nitidez os verdadeiros interesses defendidos pela PM e pelo Judiciário mineiro. Portanto, a ação violeta e ilegal da PM contra os estudantes da UFMG se soma à recorrente repressão a todos os que não engrossam o coro dos poderosos.
3- A ação da PM no IGC, que reprime a livre manifestação da opinião é, infelizmente, mais uma das muitas ações de "silenciamento" imposta pelas estruturas estatais brasileiras. No Brasil, existem 5 mil condenados por atuarem em veículos de comunicação comunitários. Ao mesmo tempo, nenhuma sanção é dirigida aos grandes conglomerados de comunicação social, cujas concessões de radiodifusão se encontram, freqüentemente, vencidas ou irregulares, como é o caso da rádio CBN em Campinas, cujo fechamento, foi negado pelo Judiciário e pela Polícia Federal. A criminalização das rádios e tv´s comunitárias é a prova de que a liberdade de expressão é uma letra morta dentro do cemitério onde jaz o direito à vida, à dignidade, ao trabalho e à participação popular nas decisões políticas deste país.
4- Hoje, existem 10 mil encarcerados e encarceradas na Região Metropolitana de BH, que cumprem penas relativas à sua condição de classe, pois 84%dos condenados cometeram crimes contra o patrimônio, ou seja, crimes que estão relacionados à situação de pobreza. Nossos governantes não hesitam em demonstrar, diariamente, que o patrimônio dos ricos é um direito mais importante do que a liberdade dos pobres. Logo, o desafio dos governos não é acabar com a miséria, mas com os miseráveis.
Neste sentido, reafirmamos nosso apoio à luta dos estudantes da UFMG, no sentido de contestar a repressão policial e da reitoria. Acreditamos, ademais, que é o momento para avançar o debate e entender e esclarecer de forma honesta os verdadeiros motivos da repressão contra os estudantes e contra a sociedade. Não é aceitável qualquer satisfação e segurança com a presença da PM no Campus da UFMG, ou atitudes como escandalizar-se com a presença de "bandidos" (uma simplificação vulgar para uns, um sinônimo de pobres para outros) dentro da universidade. Os muros da UFMG são incapazes de conter as mazelas da sociedade, da pobreza e da violência. Advogar a favor da Policia Militar é colocar-se contra os pobres (preconceituosamente chamados de bandidos) que supostamente cometiam delitos dentro da UFMG. Entendemos o contexto em que surgiu a demanda por maior segurança no interior do campus: um momento em que mulheres foram brutalmente assassinadas, crimes esses que ainda não foram apurados. Contudo, para a garantia da integridade física daquele/as que circulam no campus foi criada e equipada uma equipe de segurança universitária, suficiente para cumprir o papel demandado pela comunidade implicada. Não esqueçamos que a polícia foi chamada, em 2003, por uma reitoria tão autoritária quanto a atual e por seus apoiadores. Agora não quer sair, não quer voltar para o quartel, quer constranger e ditar suas regras para o espaço em que foi convidada. Contestar o papel da polícia na universidade é contestar a própria universidade, é contestar a sociedade, para que no futuro sejam tecidas trincheiras de estudantes em apoio às lutas do povo pobre deste país.
Contra a Repressão da PM
Todo Apoio aos estudantes em luta da UFMG
Pelo fim das punições contra os estudantes
Saudações Brigadistas
Secretariado das Brigadas Populares
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Carta de desocupação
Conseguimos com nossa luta que mais um estudante fosse incluído na comissão de sindicância instaurada pela Reitoria, um estudante escolhido pela assembléia, apesar de que continuamos achando que o aluno escolhido e defendido firmemente pela reitoria com um autoritarismo desmedido não representa o conjunto dos estudantes. Conseguimos que a universidade se retratasse perante a sociedade pelos acontecimentos e também que a reitoria auxiliasse os estudantes que entrarão com denuncias contra a PM. Conseguimos também iniciar a discussão sobre segurança pública, dentro e fora da universidade e que sejam realizados seminários não somente sobre esse tema, mas também sobre o convenio da UFMG com a PM e outras opressões vivenciadas por alunos dentro do campus como a homofobia. Outras vitórias foram às audiências públicas realizadas com o Reitor e o comprometimento deste em continuar realizando essas audiências mensalmente e que o Conselho Universitário seja televisionado para os estudantes. Mesmo com essas vitórias não podemos esquecer que os estudantes não tiveram todas suas pautas atendidas e que agora é também um momento em que devemos fazer uma reflexão sobre a ocupação como um todo e criticas quanto aos problemas enfrentados,tanto interna tanto externamente.
Mas a luta continua, por isso convocamos todos os estudantes a participarem das comissões e das assembléias estudantis. Esse blog continuara funcionando, agora relatando os avanços das comissões e as deliberações das assembléias, alem de qualquer fato relevante relacionado com a ocupação ou a invasão da PM. A próxima assembléia será realizada nesta 4a feira às 12h na Arena da Fafich. Contamos com a participação de todos.
Assembléia Geral dos Estudantes
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Moção de apoio ao Movimento de Ocupação da UFMG
Moção de apoio ao Movimento de Ocupação da UFMG
O Centro Acadêmico Benevides Paixão, gestão Levante, de Artes do Corpo, Jornalismo e Multimeios da PUC/SP, se solidariza aos estudantes da UFMG que estão ocupando a REItoria da universidade em protesto contra a repressão da Policia Militar dentro do campus.
Além de ser uma violência contra o conjunto dos estudantes, a invasão da PM significa a censura a um filme e a criminalização do debate sobre o consumo de drogas e da liberdade de pensamento.
Num momento onde na nossa universidade tambem chamam a polícia contra os estudantes e contra a comunidade, o único modo de acabar com isso é a unidade e a solidariedade entre os estudantes.
Contra a repressão e a censura dentro da universidade! Fora PM das Universidades!
Saudações fraternais
Centro Acadêmico Benevides Paixão - PUC-SP - Gestão Levante
10 de Abril de 2008 01:16
Moção de apoio do Fórum da Ocupação
A recente violência praticada pela Polícia Militar de MG contra os estudantes da UFMG, foi descabida, injustificável, portanto, inaceitável, não apenas porque fere frontalmente a autonomia universitária, mas também porque constitui ato de selvageria e barbárie por parte do Estado. Neste sentido, nós, estudantes da Universidade de São Paulo, que fazemos parte do Fórum da Ocupação, manifestamos publicamente nosso apoio à ocupação da reitoria da UFMG, por parte dos estudantes desta instituição A luta que movem agora é justa e necessária para a defesa da universidade pública.
Fórum da Ocupação
www.forumdaocupacao.over-blog.com
São Paulo, 09 de abril de 2008
AUDIÊNCIA PÚBLICA COM O REITOR
Todos estão convocados a construirem a pauta e as formas de mobilização de todos estudantes, professores e funcionários da UFMG indignados com o ocorridos.
Pauta aprovada na assembléia de 08 de abril
2-Exigimos que a Universidade se retrate publicamente assumindo a responsabilidade pela invasão da PM ao campus em uma moção a ser amplamente divulgada.
3-Queremos que sejam tornados públicos os contratos entre a Universidade e os responsáveis pela segurança no campus, tanto a PM quanto a segurança universitária.
4-Queremos a discussão e formulação, inclusive com a realização de seminários públicos, a questão da segurança pública tanto dentro quanto fora da Universidade e que a segurança universitária seja discutida em um seminário oficial com a participação de estudantes e representantes da reitoria.
5-Pela abertura de um inquérito administrativo para apurar e punir os responsáveis pela entrada da PM no campus, com comissão paritária a ser composta por funcionários, professores e estudantes, sendo esses últimos eleitos em assembléia. Deliberamos pelo nome dos estudantes Matheus Machado Vaz e Antônio Cruz Arapiraca.
6-Queremos que a universidade faça uma denúncia na corregedoria da polícia. Repudiamos e exigimos a punição de todos os excessos e agressões cometidos pela Polícia Militar dentro e fora da Universidade. Exigimos o apoio da reitoria nos processos individuais que serão movidos contra a agressão no IGC, tanto política quanto financeiramente.
7-Chega de ficar em cima do muro. Queremos um posicionamento e ações concretas da reitoria também sobre outras agressões que estão acontecendo no campus, como a homofobia, o machismoi e o racismo.
8-Entendemos que a reitoria é responsável pela invasão da PM ao campus, seja por ter chamado a PM seja por omissão.
9-Exigimos que o nome e o número de matrícula do estudante que foi exposto no site oficial da UFMG e em declarações feitas a imprensa sem a devida apuração ou seu próprio consentimento.
Assembléia Geral dos Estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais
A ocupaçâo continua
terça-feira, 8 de abril de 2008
Moção de apoio dos estudantes UFV
Acreditamos na total legitimidade das pautas reivindicadas e no papel do movimento estudantil de denunciar os abusos cometidos dentro da Universidade, um espaço aberto às discussões. Posicionamo-nos sempre na defesa desta como pública, gratuita e de qualidade.
Total apoio às pautas e à ocupação!!
DCE UFV/ Gestão Giramundo
CACOM UFV/ Gestão se o rádio não toca
Moção de apoio dos estudantes da UnB
Nota de Apoio do DA de Comunicação Integrada da PUC São Gabriel
Nota de solidariedade aos estudantes agredidos no IGC – UFMG e em repúdio à invasão policial na Universidade Federal de Minas Gerais
O Diretório Acadêmico de Comunicação Integrada da PUC São Gabriel manifesta o repúdio e indignação diante da invasão policial e agressão aos estudantes do IGC na última quinta-feira, dia 3 de abril.
Manifestamos nossa solidariedade aos estudantes agredidos e a todos os estudantes que lutam por democracia e livre direito de manifestação e mobilização dos estudantes.
Como se pode admitir, em pleno exercício do tão decantado “estado democrático de direito”, que tropas da Polícia Militar invadam uma Universidade e agridam estudantes? Quem autorizou tamanho disparate de autoritarismo?
Nos solidarizamos com a justa Greve deflagrada pelos estudantes que desde a semana passada mantém-se mobilizados denunciando a truculência policial e em luta por democracia.
Estamos do lado dos alunos em greve e que exercem seu legítimo direito de lutar por democracia e liberdade de organização, liberdade de expressar idéias, liberdade de debate. A ocupação da reitoria é neste momento o mais pleno exercício da liberdade.
O grande teatrólogo alemão democrata e revolucionário Bertolt Brecht já dizia: “Do rio que tudo arrasta se diz violento, porém ninguém diz violentas as margens que o comprimem”.
Neste mesmo momento, em Brasília, os estudantes da UNB corajosamente ocuparam todo o prédio da reitoria exigindo mais bolsas de estudo, mais verbas para a educação pública, e democracia na Universidade. É a luta comum que une os estudantes brasileiros.
Gostaríamos de fazer chegar até os nossos COMPANHEIROS da UFMG nosso fraternal e caloroso abraço, e gostaríamos que saibam que podem contar com nosso apoio.
Belo Horizonte, 7 de abril de 2008.
TODOS À ASSEMBLÉIA DA OCUPAÇÃO
Todos estão convocados a construirem a pauta e as formas de mobilização de todos estudantes, professores e funcionários da UFMG indignados com o ocorridos.
Comissão de Comunicação.
Links
Note os números divulgados e os apresentados em imagens.
http://www.youtube.com/watch?v=elzY8xl2Vps A capacidade desse auditório e de 300 pessoas sentadas.
http://www.youtube.com/watch?v=O7eRMWE9rto&feature=related Um pouco do que aconteceu no IGC
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u389898.shtml Folha de São Paulo
Pauta
Atendida.
2.Direito a realizar todo tipo de atividade política e cultural dentro do campus, nada deve ser censurado dentro de uma universidade.
Foi assumido um compromisso verbal.
3.Pela suspensão de todos os processos administrativos e judiciais contra os estudantes que se manifestaram e não punir essa ocupação. Chega de punições. E pela abertura dos dossiês, de alunos, mantidos pela reitoria.
Não atendida.
4.Retratação pública da Reitoria.
Não atendida.
5.Fim da parceria PM e UFMG. Segurança não é repressão e abuso de autoridade!
Não atendida.
6.Pela abertura de um inquérito administrativo para apurar e punir os responsáveis pela entrada da PM no campus, com comissão paritária a ser composta por funcionários, professores e estudantes, sendo esses últimos eleitos em assembléia.
Não atendida.
7.Queremos que a universidade faça uma denúncia na corregedoria da polícia. Vamos lutar pela punição de todos os excessos e agressões cometidas pela Polícia Militar
Não atendida.
8.Que todos os diretores de unidades se manifestem.
Não atendida.
9.Chega de ficar em cima do muro. Queremos um posicionamento da reitoria também sobre outras agressões que estão acontecendo no campus.
Não atendida.
10.Afastamento da diretora e da vice-diretora do IGC enquanto durarem os processos
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Nota pública 01
Como inicialmente não houve intenção de diálogo por parte da reitoria da universidade, os estudantes decidiram em assembléia ocupar o prédio, o fazendo de forma pacífica e organizada.
Uma pauta, também elaborada em assembléia ( contendo os objetivos dos estudantes), não foi discutida de forma adequada, quiçá atendida pela administração universitária.
Dentro disso os estudantes, em ampla discussão, decidiram permanecer ocupando o prédio até hoje 08/04, quando ocorrerão as deliberações do conselho universitário a respeito das reivindicações não atendidas.
Esclarece-se que o documentário `Grass Maconha`, que gerou as dicussões, foi premiado pela Academia Canadense de Cinema e é de fácil acesso à população, pois é comercializado em bancas de jornal. Portanto a exibição do documentário teve o intuito de incentivar o debate univesitário, embasado no direito de liberdade de pensamento, defendendo assim uma discussão democrática e pacífica que visa ao interesse da sociedade e não fazer apologia ao uso de entorpecentes como foi amplamente divulgado.
Esse blog será o meio de comunicação oficial da ocupação, e quaisquer novidades serão divulgadas por ele.
Comissão de Comunicação